HotelLisboa

O porteiro do estabelecimento, Semion, acendera todas as lâmpadas das paredes e o lustre, assim como o candeeiro vermelho em cima da entrada. (Aleksandr Kuprin)




Minuto Verde


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Depois desta última cedência à cultura dominante e de não ter perdido tempo nenhum a falar daquela bela pantufada que o Deco deu ao Heintinga, esteticamente das melhores pantufadas dos últimos tempos, em especial quando vista através da câmara que está junto à relva, é importante falar do minuto verde da Quercus, programa diário que a organização ambientalista tem no Bom Dia Portugal, espaço matinal da RTP. O programa almeja salvar o planeta através de pequenos gestos quotidianos. A ideia é gira e indiscutivelmente útil. No programa de hoje , Francisco Ferreira, grão-mestre da Quercus, lá apareceu com o seu ar adoentado, característica que partilha com grande parte dos ambientalistas portugueses, debaixo do chuveiro de uma casa-de-banho. Felizmente não estava nu. Depois de um sorriso, lá começa por dizer que os portugueses gastam diariamente, em média, 12 minutos e meio a tomar banho. Ora isto é terrível porque se perde imensa água e o mundo vai acabar, e os gelos da antártida estão a derreter, e o efeito de estufa, e a camada do ozono, e as focas e as lombrigas e não sei mais o quê. É imperioso reduzir o tempo do banho. Como? Há várias formas. Franscico Ferreira começa então a falar sabiamente da relação negativa entre o ensaboar e a água a correr, do número de ensaboadelas, do tipo de champô, da pressão do chuveiro, do modo como, especialmente nos homens, se deve inclinar o corpo ligeiramente para trás para a água que nos passa pelos cabelos siga noutras direcções e cumpra o seu papel purificador, etc. Em suma, com algum jeito, podíamos baixar a média do banho para 37 segundo e 42 décimos, vá lá, 38 segundos, para não sermos demasiados rigorosos. O passo seguinte é, claro, abolir o banho. O problema do Minuto Verde, que volto a dizer é um programa importante, é deixar transparecer um regresso à natureza, onde não há frigoríficos, aspiradores, automóveis, electricidade, plástico, tabaco, álcool e em que temos todos que comer bróculos e tangerinas e andar a pé, evitando matar, claro, as minhocas e outros bichos rastejantes.



    António Vicente

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