Carolina Salgado, em versão cândida vestida de branco imaculado, lá espetou umas valentes facadas nas costas do Jorge Nuno. A irresponsabilidade foi saudável, esperemos agora que a Carolina não seja encontrada cortadas às postas numa sarjeta perto de si. O livro deve ser bom e era bom também que a matéria criminal fosse investigada, assim só para variar. Claro que se for verdade que o Jorge Nuno e o Major dominam a Judiciária é capaz de não ser fácil. Talvez se tenha que recorrer ao detective Correia. Ainda assim, receio que no meio de todas as denúncias da Carolina, aquela que mais furor vá fazer não se relacione com a matéria criminal mas com o pacóvio nacionalismo que o onze de Scolari provocou nesta terra. O Jorge Nuno festejou a vitória da Grécia na final do Europeu com champanhe. Ainda se fosse com uma mini e uns tremoços. Ora tal acto não faz parte das práticas culturais, felizmente não em vias de extinção senão urgia criar um museu talvez ocupando as instalações do defunto museu de arte popular ali pelo Tejo, que animam a nossa economia paralela: corrupção, exploração sexual, organização criminosa and son on and so on. Aqueles patriotas que querem julgar o ministro Mário Lino pelo crime lancinante do iberismo devem estar a morrer afogados na espuma que lhes escorre da boca. Ainda assim, esta coisa do anti-patriotismo até podia dar jeito. Contas em paraísos fiscais para fugir aos impostos: antipatriota. Para o calabouço. Mas como o Jorge Nuno e o Major, no fundo arraia miúda, dominam a Judiciária, é provável que o pessoal dos paraísos fiscais além da Judiciária domine os tipos, obviamente eleitos, que mandam na Judiciária. Não há detective Correia que nos valha.