Alguém disse por aí que um dos maiores catalizadores de motins futebolísticos é o empate. É a libertação, que tanto a vitória ou a derrota proporcionam, que o adepto busca. O empate, ou pelo menos a sua existência, não deixa porém de, se desculpam o pleonasmo, ser um resultado justo. Daí deriva aliás a superioridade moral do futebol sobre, por exemplo, todos os desportos que não contemplam a possibilidade do empate. É que na vida ao contrário do que sucede com as sitcoms as cenas não se resolvem invariavelmente ao fim de meia hora(apesar de um jogo de basebol, por exemplo, poder, teoricamente, nunca acabar.Isto tudo para falar no Naval- Braga de há um bocado.
Dependendo dos parâmetros de análise a serem utilizados qualquer um dos contendores tem razão. Para o Caravalhal o Braga mereceu o empate porque, apesar de avalanche de oportunidades da Naval, a sua equipa vinha de um jogo desgastante a meio da semana, teve de fazer três substituições forçadas devido a lesão dos jogadores e mais uma merdas. Para o Gonçalves o resultado foi injusto porque atendendo ao que se passou no relvado podia ter dado quatro ou cinco. Para nós, se considerarmos todos os condicionalismos que rodeiam um jogo a interpretação do Carvalhal é justa. Se por outro lado considerarmos que tudo isso não passa de uma desculpa e o que interessa são os noventa minutos a interpretação do Gonçalves é justa.