HotelLisboa

O porteiro do estabelecimento, Semion, acendera todas as lâmpadas das paredes e o lustre, assim como o candeeiro vermelho em cima da entrada. (Aleksandr Kuprin)




Faltam 30 minutos ao futebol português


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Um dos debates clássicos da bola indígena é o famoso debate dos 30 metros. Durante muito anos foi senso comum de que o futebol português estava ao nível dos melhores da Europa, só lhe faltava alguma capacidade de concretização; alguma objectividade: o último passe e capacidade de finalização. Um relação menos lírica e mais funcional com o jogo. Melhor ou pior a coisa foi sendo resolvida. Desde a década de oitenta que o futebol português não se pode queixar de municiadores de primeira apanha. De Oliveira a Chalana, passando por Futre ou Rui Costa. Só para nos referirmos aos indígenas, esquecendo o Balakov ou o Valdo, por exemplo. Pontas de lança, melhor ou pior também foram aparecendo. O problema parecia resolvido até porque o relvado foi encurtando ao longo dos últimos trinta anos, com as linhas defensivas a subirem e as linhas ofensivas a descerem. Pontas de lança rápidos e médios com capacidade de passe a juntar a uns caceteiros no meio campo poderiam ter resolvido o problema. O problema é que ao mesmo tempo que o espaço diminuia o tempo aumentava. Isto é, a velocidade do jogo e os kms percorridos por jogador foram continuamente aumentando. A produtividade ou a carga de trabalho de cada jogador dentro de campo cresceu brutalmente. Dobras, coberturas, marcações duplas, posicionamentos híbridos e móveis. Não só o jogador tem que trabalhar mais como tem de, igualmente, entender melhor o que se passa em seu redor. O que obervamos nos jogos europeus é que qualquer equipa de segunda linha tem movimentos mais rotinizados, jogadas estudadas, tipo NBA, e andamento fisíco, apesar de jogarem consecutivamente três vezes por semana do que a malta cá do prédio. O Sporting ontem, apesar de todas as lacunas demonstratadas, até podia ter empatado o jogo. Bastava para tal que tivesse tido capacidade física para jogar noventa minutos. Mais ou menos a partir no minutos 71 quando o Caneira faz um cruzamento idiota para o gajo da Juventude Leonina ao segundo poste, ali para os lados do Topo Sul, que se tornou evidente que dali já não iamos levar nada. Por dali, entenda-se daquele jogo. Quando o corpo não tem andamento, a cabeça é que paga.



    António Vicente

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