Portanto, a corte, com fins declaradamente romântico-sexuais, não é necessariamente um reflexo da dominação masculina e de uma cultura misógina. Por outro lado, o epíteto vaca é polissémico,apesar de ser tendencialmente utilizado como termo insultuoso, ainda que de forma paradoxal, (agora ando com esta dos paradoxos, desculpem lá)na medida em que mulheres com um comportamento sexual, como dizê-lo, emancipado são altamente desejáveis. Poderemos ainda depreender que se a dimensão negativa do termo inclui em si mesma uma dimensão posiitiva, atrás mencionada, a dimensão positiva, a vaca é um animal fofo, reflexivo e funcional (isto é, belo, verdadeiro e bom) é triplamente elogiàvel. Logo, bater couros não é mau sendo até elogioso para a dama em causa, partindo do princípio que estamos a falar de relações heterosexuais ou lésbicas. É evidente que estas conclusões não são universalizáveis, o que constituiria um abuso etnocêntrico inqualificável (embora eu o possa fazer sem ser etnocêntrico. Vocês é que não podem). O debate sobre a vaca indiana é toda uma outra questão.