HotelLisboa

O porteiro do estabelecimento, Semion, acendera todas as lâmpadas das paredes e o lustre, assim como o candeeiro vermelho em cima da entrada. (Aleksandr Kuprin)




A aura


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O problema da arte contemporânea continua a ser a aura do original. Ir ao Louvre ver a Gioconda não é a mesma coisa que observar a reprodução que a tia Inácia tem por cima do televisor. Ao contrário do que dizem os críticos da cultura popular, a reproductibilidade da obra de arte permitiu que todos pudessem ouvir as mesmas músicas e os mesmos filmes sem a preocupação da aura. No caso da música, a aura é recuperada pelos concertos, onde se paga couro e cabelo para, ensalsichado entre a multidão, se olhar e ver lá ao longe o artista. Vi mal, ouvi assim assim, fui pisado, maltratado pelos seguranças, mas estive lá. De volta à arte contemporânea, a aura é que anima o mercado. O original, pintado pela mão do mestre, é que interessa para efeitos contabilísticos. A verdade, porém, é que 99,9% das pessoas não consegue distinguir um original de uma boa cópia, e aqui incluo alguns especialistas. Ora, Lisboa, depois de dispensar o Dr. Joe, podia criar no CCB o melhor museu do mundo, comprando uma cópias bem feitas das obras artes da pintura. Se a reprodução for fiel, se o tamanho for idêntico, se as cores estiverem lá todas, que se lixe a aura e a mão do mestre. Fica a obra. A única coisa que eu já não posso ver é o Maradona jogar à bola.



    António Vicente

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