Sobre o recente acordo entre os leões e a Câmara Municipal de Lisboa (CML), Dias da Cunha mostrou-se desgostoso, mas com o processo de venda em si. "A alienação de património, dada a forma que assumira - venda pura e dura, sem retrocesso, em vez do simples negócio financeiro [alienar com direito de retoma] inicialmente previsto -, foi claramente ilegal por pôr em causa os fundamentos que levaram a CML a conceder ao Sporting as autorizações necessárias à construção do Complexo Alvalade XXI", acusa. O ex-presidente leonino explica ainda que "a densidade de construção do complexo excede largamente a densidade de construção prevista no PDM e só foi autorizada por se tratar do Sporting, que alegou necessitar das receitas decorrentes da exploração dos diferentes edifícios para a sua viabilização". Diz por isso que "se tratou de uma operação que, tendo em conta os contornos de que se rodeou, se situou numa área que no mínimo terá de se apelidar de gestão danosa. O clube saiu dela manifestamente empobrecido". Mas quem ganhou com isso se não foi o clube? "A falta de transparência de todo o processo, a que há que acrescentar a inventona de um buraco nas contas, prestar-se-ia às mais diversas especulações...", afirmou sem concretizar.
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