Não se resolvendo tudo por lá, é indiscutível que assinala a textura de uma equipa. Mourinho, aceitando o ano passado dois extremos que não contratou, Robben e Duff, lá engendrou uma equipa diferente da que montou no Porto. Este ano contratou Essien e o Chelsea ganhou uma barreira de três homens, Essien, Makelele e Lampard, que define o que muitos treinadores hoje consideram ser o futebol moderno. No último encontro das Champions, Ancelotti colocou Pilro, Seedorf e Gattuso. Koeman, na mesma competição, nunca deixou de jogar com Beto, Petit e Manuel Fernandes. Independentemente das características dos médios uma coisa parece evidente, os extremos, os últimos baluartes de uma certa loucura no jogo, vão desaparecendo. As equipas que insistem em tais jogadores parecem mais desequilibradas, note-se o exemplo do Benfica. É certo que o grande Manchester tinha dois extremos, mas esses tempos lá vão. Em Itália há poucos extremos e o futebol que Mourinho impôs ao mundo não tem, normalmente, extremos. Mas com extremos ou sem extremos a questão são os jogadores que se colocam no meio. Define-se aqui o conservadorismo ou progressismo de um treinador. serve isto para desejar que a final da Champions junte duas equipas que jogam um futebol progressista. O Barcelona arrisca a ter um meio-campo com Deco e Ronaldinho e se puder Xavi, com Messi e Eto'o na frente. O Arsenal jogou o último jencontro com dois jogadores mais defensivos, Gilberto e Fabregas, mas depois é tudo para a frente: Helb, Pires, Ljunberg, Henry. O Arsenal, que não resiste na Premiership ao futebol estatístico de Mourinho, tem um jogo burilado, onde quase não há remates de longe mas apenas sucessivas triangulações dinâmicas. O Barça já se sabe, futebol de domínio de bola, a arte do passe e um modelo que exige que a técnica seja aliada de uma compreensão cuidado do sistema, notória na excelância do passe.