Do amor à camisola e outros roubos
nuno, terça-feira, julho 11, 2006 | Enviar por e-mail
A Federação Portuguesa de Futebol quer isentar do pagamento de imposto os prémios dos jogadores portugueses que estiveram no mundial. Se o nosso país não fossem um lugar mal frequentado, como dizia um dos brilhantes Josés portugueses, os rapazes recebiam apenas uma diária para comprar umas salsichas alemãs e para visitar um ou dois museus. Se achassem pouco podiam naturalizar-se angolanos, talvez recebessem um poço de petróleo e uma vacina contra a cólera.
Entretanto Ernani Lopes, um dos muitos economistas que passam a vida da mandar bitaites com um ar entendido, anda muito preocupado com o bem estar dos portugueses. Como está convencido da inevitabilidade da crise da segurança social considera que se deve deixar parte da assistência, vulgo caridade, às misericórdias. Claro que as misericórdias, por este trabalho cristão, não iriam pedir ajuda à Opus Dei mas, evidentemente, ao Estado. Vão chular a vossa prima. Os únicos católicos que percebem alguma coisa de economia estão-se nas tintas para a caridade e vestem Armani e transportam-se de BMW. Todos os outros, bem longe da ética protestante, são uns parasitas de uma incompetência bíblica, embora, cá para baixo na hierarquia, existam alguns indivíduos bem intencionados que compram na Zara e andam na Rodoviária ou na Vimeca.