É difícil deixar de pensar que o que se passa no sistema de ensino universitário privado português é a imagem de parte significativa da nossa "iniciativa privada". Não investem em meios humanos,nem em infra-estruturas, não têm projectos nem ideias, apenas a esperança, alicerçada na prática centenária do saque, de conseguir com facilidade e pouco trabalho o precúlio suficiente para o monte no Alentejo, o Jeep sobe passeios, as férias na neve e os colégios milionários que garantem à sua prole, muitas vezes dotada de talento duvidoso, o titulozinho que lhes permite um lugar, quem sabe, numa empresa pública generosa nos ordenados e nas indemnizações suscitadas pela habitual rotação partidária nos cargos. É a esta "iniciativa privada" que queremos entregar os deficientes, mas ainda assim actuantes, serviços públicos do país?