HotelLisboa

O porteiro do estabelecimento, Semion, acendera todas as lâmpadas das paredes e o lustre, assim como o candeeiro vermelho em cima da entrada. (Aleksandr Kuprin)




Gastronomia e identidade


Às vezes Porco com Sonhos de Mandarim, outras Pato à Pequim.


Saudades em Santa-Comba




Não tenho curso, mas não consigo ver um jogo sem pensar como treinador. Chego a ter problemas no dia-a-dia com isso. Vou, por exemplo, a conduzir e penso como punha a jogar o Leiria ou como faria para o Celta ganhar em Saragoça. Penso nos jogadores, características, na estratégia. No sábado passado, mal acordei, rodando a parabólica, tomei um café e uma torrada vendo o Gamba Osaka- Jubilo Iwata da Liga japonesa. Sigo depois para o Almerida- Poli Ejido da II Divisão espanhola. Aumento o nível com Newcastle-Chelsea e pego no carro para ir ver o Trofense-Guimarães. A seguir, rápido, começa o Porto-Beleneneses. Noite dentro, o futebol argentino, os resumos e os jogos que deixei a gravar.

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Há dias assim


Comemora-se a Revolução. A minha patroa, que é uma gaja fixe, faz anos. O Johan Cruyff também. O Zico diz que o sonho dele é treinar o Sporting.





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Foda-se!


Just like anything
To sing
To sing
To sing
Is a state of mind
Sunlight dances slowly on a drum beats broken rhyme
I speak in answers only to see them in my mind
If I had a penny I'd throw it in the sea
to see if would float away
Or grow of any tree
I play the fool of rhythm
To speak of what is sane
I never think of singing to those who feel the same
See how high the rain falls
See the color in my hair
Hunt for golden pourage bowls
Hear the paper tear
Just like anything
To sing
To sing
To sing
Is a state of mind
Death gives no reason
So why should I
Death has no season
So I know I'll never die
Just like anything
To sing
To sing
To sing
Is a state of mind

Jackson. C. Frank, Just Like Anything




A arte e a vida quotidiana: um olhar funcionalista



Porque hoje é sábado ou rapública



E agora, o que é que eu faço?



A segmentação da luta social e a sua transferência para o campo cultural é das coisas mais chatas que podem acontecer na vida de um gajo. Os CTT lançaram um concurso, Aqui há selo, ou qualquer coisa do género, e as várias facções emancipatórias andam com o grelo aos saltos, para colocarem os seus interesses no selo. Na última semana recebi dois forwards de apelos para votar em determinado selo e artista. De um lado o selo Zeca Afonso. Do outro o selo direitos dos animais. Como qualquer pessoa que se preze quero elevar Zeca a um estatuto sélico, mas também quero ajudar os animais a libertarem-se da opressão. É só complicações.


Não é grindcore, é grinderman



Estruturas salariais e criação cultural


Depois de querer ter sido Maradona e Dave Lombardo, algures pela adolescência tardia não consegui escapar ao cliché e queria ser Jack Kerouac. Isto é, não fazer nada, discuir filosofias e ideias várias de modo diletante, beber e meter umas drogas para os cornos e melhor ainda depois fazer dinheiro a contar os epidódios da vida quotidiana. Escritos em quinze dias e com uma carrada de speeds nos cornos. Tudo isto, enquanto um gajo se torna pornograficamente (ou romanticamente, conforme a perspectiva) apelativo para as miúdas.Por instantes essa esperança ressuscitou. Algures no Pela Estrada Fora ou Nos Vagabundos do Dharma, já não me lembro, o escriba teve uma temporada em que foi guarda florestal, um tempo em que ia enlouquecendo. Era olhar para a mata o dia todo e nos intervalos ler uns livros. Dizia ele que fez bom dinheiro nesse Verão, até porque quase não tinha despesas. No Diário de Notícias de hoje encontramos um anúncio para Vigiliantes de Floresta em Celorico de Basto, na serra de Infesta e no Alto do Ourilhe. O cenário já estava montado. Eu, uns livros, o Alto do Ourilhe (rende mais estilo que Infesta)e histórias para contar a miúdas giras no regresso. O que corta a onda romântica é que pagam 400 euros, sem despesas.


Porque hoje é sábado



Outros bairros


A reportagem do Ípsilon intitulada "O que é que o Chico tem" serve para, a propósito da edição do álbum de Maria de Medeiros, revisitar as trajectórias de Teresa Villaverde, Maria de Medeiros e Sérgio Trefaut. Entre relatos de consumos culturais, vivências juvenis e redes sociais de determinadas elites culturais de esquerda, e interessante por causa disso mesmo, às tantas Teresa Villaverde refere a importância de um daqueles momentos que faz com que os processos de reprodução e as estruturas sociais percam o seu sentido enquanto experiência e permite que o quotidiano e as amizades ganhem o encantamento do acaso:

Depois, há aquelas coincidências mágicas, que no entusiasmo do momento parecem premonitórias - e, se calhar, são. "Percebemos mais tarde que poucos meses antes de nos conhecermos tínhamos estado todos, sem saber, no antigo cinema Monumental a ver o "Bye, Bye Brasil", do Cacá Diegues", recorda Teresa. "Todas as pessoas que estavam nessa sessão ficaram depois parte do nosso grupo".

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Há uma campanha e há aspectos que não são campanha.

Não atribuo a campanha a ninguém.




A Sport TV mete nojo e deve morrer


E não é só por causa dos intragáveis comentários do Joaquim Rita ou da narração inenarrável de José Mourinha, por quem em tempos nutri alguma simpatia (era uma espécie de Martelinho do comenntário desportivo: voluntarioso, criativo, por vezes inteligente, exagerado, mas em última instância mau)mas pelo facto de me fazer ter saudades do Domingo Desportivo às duas e meia da manhã. A forma como a Sport TV trata o futebol português é criminosa. Apesar dos contratos que permitem à estação emitir resumos de três minutos raras são as ocasiões em que podemos assistir aos falhanços de um Fajardo ou aos passes sem nexo de Erivalter. A Sport TV despacha no domingo à noite os jogos do fim-de-semana com um compacto rápido de golos. A coisa porém piora substrancialmente na segunda parte. A estação já nem se digna a dar todos os resumos dos jogos da Liga de Honra. Mas quando pensamos já ter atingido o fundo, verificamos que é sempre possível ir mais longe. Se não há muito a dizer quanto à transmissão dos reumos dos jogos dos principais campeonatos europeus, que dizer da recusa do canal em nos dar a classificação integral dos campeonatos? A Sport TV, sabe-se lá porquê, resolveu que o espectador e o adepto não precisam de conhecer mais do que os dez primeiros classificados dos campeonatos Espanhol, Francês, Italiano, Alemão e Inglês. O espectador, ou o consumirdor, mais crente ainda pensa que é por uma questão de tempo e que nos compactos de meia-hora onde são apresentados os resumos de todos os jogos desses campeonatos o seu dealer de bola iria dignar-se a não ratar a coisa. Mas não. A Sport TV não nos quer dizer quem é que é o 11º classificado do campeonato francês ou quem é que vai descer de divisão na Alemanha. e nem me ponham a falar na ausência total de análise sobre o campeonato ou o regime de imposição dos horários dos jogos.

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Engenheiro das Obras Feitas


Porque hoje é domingo


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Porque hoje é sábado ou baratas



Falsos finais






Back from the dead



Simplex


É fácil e merececido o espancamento que o Estado português leva todos os dias, seja em antros liberais ou em tascas populares. Mas há motivos que justificam a desconfiança que o estado nos merece. A prova escrita que antecedia a entrevista, que torna o recrutamento perfeitamente discricionário, no concurso para um técnico superior (estagiário) de sociologia nesse local mítico que é Sobral de Monte Agraço, a terra do parque infantil, incluía temas tão essenciais ao futuro da pátria como:

a) Constituição da República Portuguesa;
b) Regime de férias, faltas e licenças (Decreto-Lei n.o 100/99, de
31 de Março, com as alterações introduzidas pela Lei n.o 117/99,
de 11 de Agosto, e pelo Decreto-Lei n.o 157/2001, de 11 de Maio);
c) Protecção da Maternidade e Paternidade (Código do Trabalho—
Lei n.o 99/2003, de 27 de Setembro, e sua regulamentação—Lei
n.o 35/2004, de 29 de Julho);
d) Estatuto Disciplinar dos Funcionários e Agentes da Administração
Pública (Decreto-Lei n.o 24/84, de 16 de Janeiro);
e) Quadro de competências, assim como o regime jurídico de funcionamento
dos órgãos dos municípios e das freguesias (Lei n.o 169/99,
de 18 de Setembro, e alteração, Lei n.o 5-A/2002, de 11 de Janeiro);
f) Quadro de transferências de atribuições e competências para
as autarquias locais (Lei n.o 159/99, de 14 de Setembro);
g) Código do Procedimento Administrativo (Decreto-Lei n.o 442/91,
de 15 de Novembro, com as alterações constantes da Lei n.o 6/96,
de 31 de Janeiro).

Poder-se-ia referir a cultura legalista e formalista que está na base deste tipo de critérios de selecção. Poder-se-ia referir a cultura cunhista que leva a que estes concursos se mantenham e que por isso possam continuar a permitir a contratação da sobrinha do presidente da junta ou do beto das Gerações Populares; poder-se-iam dizer tantas coisas. Mas desta vez são estas palavras que valem por mil imagens. Vila Nova de Rabona ao poder.



    António Vicente

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