HotelLisboa

O porteiro do estabelecimento, Semion, acendera todas as lâmpadas das paredes e o lustre, assim como o candeeiro vermelho em cima da entrada. (Aleksandr Kuprin)




Esquizofrenia e moralismo


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A tentativa da maior parte dos fazedores de opinião portugueses, e adeptos do Porto, em geral, por mais intelectualmente capazes que sejam, em descredibilizar a puta que se chibou, pelo simples facto de ser uma puta, é revelador das lógicas morais e teias de cumplicidade que se tecem neste país. Veja-se o silêncio dos jornais desportivos e a relação de dependência mútua que se estabelece entre eles e os principais clubes. Poderiamos perfeitamente especular sobre os inúmeros fellacios com que se foram agraciando mutuamente durante umas largas duas ou três dezenas de anos. Algo não muito dissemelhante com o que se passa entre os clubes e as câmaras municipais. O exemplo mais perfeito da esquizofrenia mediática relativamente a algumas das personagens que circulam no mundo do futebol é o tratamento que é concedido a Pinto da Costa. Ora génio ora vilão corrupto. Nem sequer falo dos jornais desportivos. É impressionantemas observar os relatos e opiniões na imprensa durante as Dourados décadas de oitenta e noventa.
Durante a época e perante as arbitragens de Pinto Correia em Leiria e as de Calheiros e Isodoro em todo o lado Pinto da Costa surgia envolto numa áurea de podridão, mais latente do que visível. Durante os anos de Adriano Pinto, Laureano Gonçalves, da presidência do Organismo Autónomo e outros objectos muito bem identificáveis do futebol português era tido, juntamente com os seus comparsas, como um dos responsáveis pela degradação da bola indígena. no fim da época e com a inevitável vitória do Porto lá víamos a surgirem os editoriais elogiosos pela xtraordinária visão, capacidade de liderança e controle sobre o futebol português.
Com a política é mais ou menos o mesmo. Andam o ano todo a reportar escandâlos, a partidocracia e o clientelismo, com a conversa que vem do fim dos tempos, da degradação da democracia. Terminadas as eleições fazem-se os balanços e elogiam-se os vencedores pela sua estratégia. Se porventura alguém arrisca uma alternativa lá vêm os cães de guarda falar em "aventureirismos" e agitar o espantalho dos "populismos".



    António Vicente

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