HotelLisboa

O porteiro do estabelecimento, Semion, acendera todas as lâmpadas das paredes e o lustre, assim como o candeeiro vermelho em cima da entrada. (Aleksandr Kuprin)




A guerra como momento autónomo


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Sem querer transformar este espaço de impróprio convívio num boletim cineclubista de terceira categoria não quero deixar de revelar a minha indignação. Os realizadores andam incapazes de terminar os filmes. Desta vez foi Clint Eastwood que resolveu acabar um poderoso filme de guerra com um cena retirada de um telefilme da TVI, com uma cama de hospital, um actor canastrão e um diálogo para o vómito. Tirando isso, a coisa não corre mal. A maior parte dos filmes de guerra convocam o espectador a identificar-se com o herói, o tipo que despacha os maus da fita, quase sempre pessoas sem rosto. Mesmo os grandes filmes de guerra americanos, que são contra a guerra, com o Apocalipse Now, o Platoon ou o Full MetalJacket, não deixam de jogar com a identificação do espectador com um herói qualquer, mesmo quando este é um anti-herói. Eastwood evita esta identificação, pelo menos durante as cenas de combate. Tudo aquilo é mau, não há qualquer prazer concedido ao espectador, é tudo desprezível e primário. A guerra como um universo autónomo, fechado, em que se tenta sobreviver, fora de questões de geo-estratégia e política nacional. A personagem do índio Ira Hayes, figura central da história de Iwo Jima, foi celebrada por uma balada de Johnny Cash.



    António Vicente

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