HotelLisboa

O porteiro do estabelecimento, Semion, acendera todas as lâmpadas das paredes e o lustre, assim como o candeeiro vermelho em cima da entrada. (Aleksandr Kuprin)




A televisão pública


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A propósito dos media e do naufrágio interessa relembrar que, no dia a seguir ao desastre da Nazaré, a RTP dedicou uns bons minutos ao glorioso salvamento dos ocupantes de um barco à deriva ao largo dos Açores. A reportagem mostrava os náufragos a subirem cinematograficamente para os helicópteros Merlin, meio aéreo elogiado com inúmeros adjectivos gordurosos. A notícia até pode ser relevante, mas por que razão este salvamento, neste momento, e não outros que imagino ocorram com frequência, teve direito a câmaras de televisão.
O alinhamento do noticiário da estação pública começou hoje com a aprovação da lei das finanças locais em reportagem a celebrar mais uma conquista da dupla dinâmica que segue ao leme do país, passou para a vitória do Atlético no Dragão, ainda assim em tom comedido - a TVI entrevistou a filha do treinador do Atlético e perguntou-lhe: "Como é ter um pai assim?" - e seguiu para uma inusitada e absolutamente descontextualizada reportagem sobre as declarações do bispo da Guarda a propósito do aborto, que antecedeu o aniversário do Martinho da Arcada com a participação do herói Cavaco, a sua esposa poeta e outros artistas, seguindo para a crise na Guiné Bissau e por ai adiante. Se eu não achasse que a coisa foi bastante pensada diria que eles sorteiam a ordem das notícias. Seja como for, interessa confirmar, antes do referendo que se aproxima, a deriva católica que a RTP já há alguns tempos vem revelando.



    António Vicente

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