HotelLisboa

O porteiro do estabelecimento, Semion, acendera todas as lâmpadas das paredes e o lustre, assim como o candeeiro vermelho em cima da entrada. (Aleksandr Kuprin)




Cinzas


E-mail this post



Remember me (?)



All personal information that you provide here will be governed by the Privacy Policy of Blogger.com. More...



O Carnaval é fixe. O carnaval é fixe enquanto momento de suspensão das hierarquias e das convenções sociais, enquanto processo de crítica e de desregramento. Há para aí muita gente que não gosta de ver gajos vestidas de gaja, de freiras ao engate, seja ele lébico ou hetero, de putos a mandarem bãlões de água a pessoal engravatado. Eu gosto. Sem querer estar a defender merdas tradicionais devo dizer que gosto do Carnaval dos cabeçudos e das máscaras. Da boémia etílica e dos caretos. O que é mau é tornar qualquer coisa que tem que ver com a vida das pessoas, ou seus desejos e as suas misérias, num espectáculo que imita a vida real. O carnaval português à brasileira podia ser bom se fizesse calor e a Soraia Chaves soubesse sambar. Mas não é isso que sucede. O que sucede é que somos banqueteados durante três dias com imagens deprimentes da sobrinha do presidente da junta, a "princesa" local, seminua, a tititar de frio e a mexer o corpo como se tivesse a ter um ataque epiléptico ao som de trios eléctricos igualmente miseráveis (no mau sentido do termo). E isso, convenhamos, não é fofo.



    António Vicente

Entradas anteriores

Arquivo

Blogues

Sí­tios


ATOM 0.3