Quando a Amália morreu o grupo das carpideiras era constituído por gente já entradota. A sua emoção, respeitável, soava como uma coisa algo distante. Quando desaparecem os velhos jogadores de futebol, Jesus Correia, José Águas, o efeito foi relativamente semelhante. Mas quando morre alguém, relativamente novo, que a geração dos blogs e da net viu jogar nos momentos importantes da infância e adolescência a coisa é diferente, nomeadamente porque os meios de imortalização e comunicação dos sentimentos, sobretudo pelo texto, estão muito mais generalizados. O "efeito Bento", numa rápida e incompleta passagem pela blogosfera, é assinável. Os textos, mais do que assinalar o momento, são exercícios de memória sentimental que participam de um género de arqueologia do futebol como "cultura popular".