HotelLisboa

O porteiro do estabelecimento, Semion, acendera todas as lâmpadas das paredes e o lustre, assim como o candeeiro vermelho em cima da entrada. (Aleksandr Kuprin)




Lógicas gerais


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Cá por casa já há muito tempo que não se compram jornais, sejam eles desportivos, diários ou semanários. O Público foi aquisição diária durante alguns anos, mas agora e só para ir sabendo o que se passa, e a regra é a canibalização da assinatura da versão on-line de um amigo. Há algum tempo que a despolitização da imprensa de referência é um dado mais ou menos evidente, independentemente do nome da secção onde se insere a análise política. Um dos momentos mais altos terá sido a direcção de Fernando Lima no DN que colocou nas páginas de opinião do jornal uma série de tipos, com um ar mais ou menos duvidoso, saídos das caves de uns escritórios de advogados. A tentativa deste jornal em ir buscar audiências à imprensa económica, secção cujo crescimento no Público também é evidente, pode ser um dos indicadores desta despolitização e de uma forma, não tão nova quanto isso, de transferir para o reino da técnica o que é essencialmente do espaço da política. O que é mais incompreensível neste processo é, apesar de tudo, o facto de os dois diários de referência quase em simultâneo e numa lógica de concorrência directa saírem do seu espaço "natural" para conquistarem leitores noutros segmentos, o que não se afigura de todo uma perspectiva viável. Para além desta tendência de popularização dos formatos, já aqui amplamente analisada,observamos em simultâneo a sua homogeneização, visível, por exemplo, no facto de os cadernos de artes e cultura do DN e do Público terem passado a ser publicados no mesmo dia, num registo de concorrência directa. Isto é, em termos de lógica de mercado estas transformações dos critérios editoriais da imprensa de referência são de uma racionalidade económica muito duvidosa (convém não esquecer que a direcção do DN é demitida quando o jornal obtinha os melhores resultados dos últimos anos). Que forças movem então estas reconfigurações do sistema mediático português?
Apenas como nota conclusiva permitam-me manifestar o meu agrado por permanecermos todos com os testículos que Deus, que não existe, nos deu.



    António Vicente

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