O porteiro do estabelecimento, Semion, acendera todas as lâmpadas das paredes e o lustre, assim como o candeeiro vermelho em cima da entrada. (Aleksandr Kuprin)
Uma breve nota para assinalar as comemorações dos 20 anos do Scum, álbum que vai merecer no dia 19 de Março uma edição especial, que inclui um documentário relativo ao processo de produção deste disco marcante não somente da história do metal, não apenas da história da música, mas da história da arte. Uma obra ao nível do urinol, do quadro branco, ou dos 4:30. E não pensem que isto é só iconoclastia suburbana hiperbólica armada em pedante. É um eufemismo. Disco marginal relativamente aos cânones tanto do punk como do metal nunca mereceu em nenhuma das áreas o reconhecimento devido. Tirando uns tantos freaks, entre os quais se incluiu John Peel, é um disco que ofendeu e continua a ofender gostos e normas. Uma obra que inaugurou um género, o grindcore, mas que abriu o caminho para a radicalização da linguagem do metal a partir dos finais da década de oitenta. Ninguém conseguiu, porém, ir mais longe. Reza a lenda que roubaram os instrumentos para poder começar a banda.