HotelLisboa

O porteiro do estabelecimento, Semion, acendera todas as lâmpadas das paredes e o lustre, assim como o candeeiro vermelho em cima da entrada. (Aleksandr Kuprin)




O novo futebol


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A ideia de que a táctica vai matar o jogo é falsa. A táctica não significa mais do que uma forma de pensar as rotinas do jogo. O problema reside nas ortodoxias que estão a tomar conta das concepções tácticas. Ainda não gostei de ver o Chelsea jogar este ano. As boas movimentações ofensivas rareiam, os passes mal executados são imensos, os desempenhos individuais estão longe de ser delirantes. E, no entanto, o Chelsea já ganhou uma prova em Inglaterra, está nos quartos de final da Champions, nos quartos de final da taça de Inglaterra e a seis pontos do Manchester do campeonato, embora, deva dizer-se, que não é o Chelsea que tem menos pontos em relação à época passada, é o Manchester que tem muitos mais. Uma explicação avançada é o número de grandes estrelas a jogar no clube. Não colhe. É mais do que isso. É a táctica. Mourinho está a conseguir vencer, impondo uma ortodoxia táctica conservadora que nos obriga a repensar os parâmetros do jogo. Em relação aos primeiros anos do Chelsea, sobretudo ao primeiro, e aos dois anos do Porto, perdeu-se rapidez, certeza de passe, combinações ofensivas, desapareceram os extremos, os criativos e os jogadores fisicamente mais frágeis. Por outro lado, aumentaram os corredores de fundo, os aglomerados no meio-campo, os passes laterais e, sobretudo o músculo. O futebol, o último dos desportos colectivos relativamente democrático quanto às exigências físicas, começa a ficar colonizado pelo músculo. O Chelsea venceu o Porto matematicamente, não por ser mais virtuoso, mas porque, à priori, os princípios tácticos assim o determinariam.
Talvez este ambiente, em especial este novo paradigma físico, ajude a explicar a intensidade de alguns jogos e a enorme facilidade com que têm surgido ultimamente conflitos entre os jogadores.



    António Vicente

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