HotelLisboa

O porteiro do estabelecimento, Semion, acendera todas as lâmpadas das paredes e o lustre, assim como o candeeiro vermelho em cima da entrada. (Aleksandr Kuprin)




Projecto político e oposição III ou Oh pá, vá lá, não sejam maus


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"Parem com o encerramento das urgências, não olhem só para o trabalho técnico e tenham em conta as aspirações das populações", apelou o líder do PCP, Jerónimo de Sousa, a quem Sócrates pediu para não se comportar "como no caso das maternidades". Público, 01-03-2007.

Ao contrário do que sucede com Bento, a blogosfera não quis saber do encerramento das urgências. Mais mobilizável, no espiríto dos novos ricos da civilização, para questões tão prementes para o futuro da pátria como a relação do uso da burka com os modelos de integração na Europa, não foram evidentes neste novo espaço público quaisquer recuperações sentimentais de visitas às urgências de hospitais de província. Esse parece ser um factor decisivo para explicar o alheamento de algumas das figuras do comentário público na questão das urgências. Mas para lá de um natural desfasamento de alguns sectores das elites nacionais relativamente ao modo de funcionamento dos serviços públicos, e à necessidade da sua manutenção, fora do espaço da retórica ideológica, a preguiça será outro factor que certamente tem o seu peso na hegemonia que os modelos de comunicação e enquadramento das questões do governo vão apresentando no espaço mediático. Como se pode aferir pelas declarações de Jerónimo de Sousa, e para os mais desatentos realço que já saímos do diletantismo blogosférico para o espaço da política institucional, é mais fácil para a esquerda recorrer a chavões de justiça social e às "aspirações das populações", que no caso em causa até são levemente reaccionárias e paroquiais, não deixando de ser justas por isso, do que procurar apresentar propostas alternativas e críticas fundamentadas aos estudos apresentados. Coisa que como já puderam observar nesta mesma casa, demora dez minutos a fazer. Basta um minímo, mas mesmo minímo, de cultura científica e uma televisão para ver uns telejornais e voilá. Mas em vez disso Jerónimo, exemplar de toda a nossa esquerda, prefere legitimar estudos manhosos e pedir caridade e bons sentimentos ao poder. Enquanto isso, e para não sermos acusados de sectarismos, Rosas lança-se frenético numa cruzada, armado com um abaixo assinado, contra a sociedade do espactáculo. A não perder as cenas dos próximos capítulos.



    António Vicente

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