Finalmente a praia. Fim de tarde tropical, com o sol a esconder-se entre as palmeiras. Os barcos chegam à praia do bairro dos pescadores para descarregar o famoso marisco do Índico. O ambiente é nativo, sem sombra de turista nem bugiganga. As bancas do peixe, feitas em madeira e caniço, esperam vazias o produto do mar, sobrevivência do bairro. Alguns intermediários, vendedores no mercado central de Maputo, donos de restaurantes, lutam pelos melhores preços. Mulheres africanas em trajes regionais ajudam a descarregar o camarão, falando entre si em língua autóctone. Estávamos já na areia fresca, quando se aproximou um barco. Um valoroso pescador estava à proa sinalizando algo para quem o esperava na praia. O barco, já velho, era frondoso. Estava agora muito perto. Olhei bem para o seu casco e notei uma inscrição, o nome que distinguia a digna embarcação dos outros barcos que sustentavam aquela comunidade. Olhei melhor e ZÁS, ignomínia, o barco chamava-se Bon Jovi. Está um gajo há sei lá quanto tempo à espera de um bocadinho do very typical e apanha, sem preparação nem aviso, com a modernidade decadente nas trombas