O Chapa é o liberalismo selvagem em todas as suas facetas. Apesar de indiscutivelmente rápido e prático é o resultado final do falhanço dos serviços públicos. Os chapas são explorados por privados e pagam um imposto ao estado. 20% das mortes nas estradas devem-se-lhes; temos que somar a este número mais umas centenas de atropelamentos. O peão em Maputo não tem estatuto e é atropelável com alegria. Há uma espécie de luta de classes entre o rico de carro e o pobre que vai a pé. No chapa vai o condutor, com o pé sempre no acelerador e a mão na buzina, e o um revisor que abre a porta deslizante da Toyota Hiace e assobia e grita para as pessoas que estão na rua para sacar o próximo cliente. Os chapas competem selvaticamente entre si para chegar primeiro e ter mais clientes. À custa da evidente degradação das relações humanas, que o chapa representa, consegue-se um serviço eficaz.