Do mesmo modo que se diz há mais de 20 anos que a selecção do Brasil joga um futebol deslumbrante, sem termos tido grandes evidências empíricas do facto, durante estes período, a ideia de que os penaltis são uma lotaria onde tudo pode acontecer também é repetida até à náusea, não apenas por comentadores mas também por jogadores, treinadores e responsáveis. Como então explicar que a Alemanha nas três vezes em que foi chamada a desempatar partidas do Mundial através de grandes penalidade se tenha safo sempre? E que, por sua vez, a Inglaterra, entre Europeus e Mundiais, tenha ido para o caralho todas as vezes, 5, em que isso sucedeu?
Dito isto, Portugal ontem se calhar não mereceu ganhar o jogo. Mereceu na medida em que o nacionalismo imperialista da Inglaterra merece sempre levar uma teca, mas em termos de jogo jogado a Inglaterra teve duas ou três ocasiões de golo que teriam dado em golo para aí em 90% de jogos. A França por sua vez deu a primeira demonstração de força bruta a que pudemos assistir neste Mundial. Já tinhamos tido uns lamirés da Argentina ou da Espanha, mas uma manifestação de poder deste tipo ainda estava por ver.