Nos últimos dias Maria Filomena Mónica, José Miguel Júdice ou Pulido Valente, em diversos registos falaram-nos de bola. Embora pegando no tema do Mundial a partir de diferentes ângulos, a nota comum aos seus discursos era a submersão do país no futebol e a dificuldade de falar noutros temas por estes dias. Não que não existessem assuntos dignos de nota mas que o país não estava para aí virado. E assim sendo não lhes cabia a missão de falarem dessas outras questões de superior interesse para a pátria. Com a saída de Freitas do Governo no dia anterior ao Portugal- Inglaterra multiplicaram-se à esquerda e à direita as vozes que protestavam contra o aproveitamento do Mundial por parte do governo para efectuar a remodelação. De surra, dizem eles, enquanto o bom povo embriagado pelas emoções do jogo dorme o seu sono opiáceo. A tese bola-alienação no seu melhor. As elites atentas e alerta chamam novamente a atenção do povo borrego para as grandes movimentações políticas que vão transformar o seu destino. O que eu gostava de saber é quem é que não percebeu que o Freitas bazou? E já agora seria igualmente prazenteiro que estes senhores me explicassem que influência profunda é que isso vai ter no destino da pátria?