As recentes negociações em torno da fixação do salário minímo ofereceram-nos alguns momentos bastante didácticos. Partindo de um consenso que ainda perdura, que o salário minímo deve crescer pelo menos ao nível da inflacção, a coisa ia dar aí para os 398 euros e qualquer coisa. A UGT pedia um aumento para 405 e a CGTP para os 410. Não parece nada de assombroso. As associações patronais, porém, entenderam que estas reivindicações são escandalosas e que podem colocar milhares de micro empresas à beira da falência. Isto é, o minimercado da minha rua que emprega uma pessoa, mais o dono, um lampião porreiro, vai à falência se gastar mais, vá lá, sejamos uns malucos, 8,5 euros por mês em ordenados. Sem comentar sobre o que este tipo argumentação nos diz sobre a gestão das empresas portuguesas ou da sua honestidade intelectual dos seus proponentes, chamo apenas a atenção para
uma notícia que saíu no DN de hoje, e que tem origem nas fontes mais insuspeitas. É conferir.