Espécie de passatempo nacional. Os empresários e políticos portugueses, inimputáveis criaturas, passam a vida a dizer que o problema da produtividade é dos trabalhadores. No Benfica, o recém eleito vice Sílvio Cervan afirmou que os jogadores têm que correr mais. Definido o jogo como se de uma maratona se tratasse, talvez valesse a pena o Cervan contratar uns quantos maratonistas ou, porventura, pensar um bocadinho, e perceber que não percebe nada de futebol e que talvez fosse melhor ficar calado. Vieira também achou que a gestão do clube se fazia por intermédio da comunicação social e que a culpa, claro, era dos jogadores. O próprio Santos, acha que a culpa é dos jogadores, mas ainda assim, teve a sensatez de remeter para o balneário a resolução dos problemas. Noutro sentido, as derrotas das grandes equipas explicam-se apenas por elas próprias. A verdade é que o meio-campo do Braga fez um jogo extraordinário, anulou a transição do Benfica e ganhou com todo o mérito. Sem espinhas. É a vida.