HotelLisboa

O porteiro do estabelecimento, Semion, acendera todas as lâmpadas das paredes e o lustre, assim como o candeeiro vermelho em cima da entrada. (Aleksandr Kuprin)




Os pataqueiros


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É que me esqueci de dizer há um bocado que a RTP me mete nojo. Para além da Fátima Campos Ferreira, que é inadjactivável, e da Judite de Sousa, mais a sua subserviência em relação a Vitorino, no mesmo noticiário em que cagaram para a cena do trinubal de contas, os manos resolveram informar-nos um pouco sobre as presidênciais francesas e, em particular, sobre as possibilidade de Ségolène Royal poder ser a candidata do PS local à presidência. Faz sentido. Vai haver uma eleição presidencial num dos maiores países europeus e uma gaja pode ser presidente. Como é que os manos abordam o tema?
À pataqueiro, se me permitem, desde já, uma resposta. Paulo Dentinho vai à terra da senhora, onde os portugueses constituem 20% da população. Mostram-nos a bandeira portuguesa na Câmara Municipal e entrevistam uns tugas numa tasca a jogar às cartas. O ângulo patriótico já está coberto. Falta o factor gaja. Como é que isto se resolve? É fácil. Vão falar com uma gaja portuguesa que ocupou um cargo político menor na respectiva câmara e perguntam-lhe se ela vai votar na outra senhora por ser gaja. A gaja que estava a ser entrevistada, dignamente, disse que era fixe uma gaja poder ser presidente, mas que não ia votar na outra por ser gaja. A notícia fecha, Dentinho vai beber um chá e a RTP passa para a próxima. Acho que eram esgotos a rebentarem em Lisboa à pala da chuva.



    António Vicente

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