HotelLisboa

O porteiro do estabelecimento, Semion, acendera todas as lâmpadas das paredes e o lustre, assim como o candeeiro vermelho em cima da entrada. (Aleksandr Kuprin)




O aparelho produtivo


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As secções de classificados dos jornais são uma excelente forma para aferir do estado da economia e do parelho produtivo aqui do burgo. Putas, operadores de call-center (e como estamos num país moderno, podem ser in-bound ou out-bound), empregados de mesa e comerciais nas suas diversas formas são o que existe. Mais revelador ainda dos processos mentais do empregador nacional é o modo como a função é apresentada. Experimentem ligar para os anúncios do CM ou do DN e poderão constatar em primeira mão que ninguém vos diz para que empresa é que vão trabalhar, nem exactamente o que é que vão fazer, nem qual o tipo de serviços que a empresa presta. Um exemplo retirado da vida real:
"Somos uma empresa de prestação de serviços e estamos a recrutar comerciais e administrativos... "
-E que tipo de serviços é que prestam?
-Prestamos serviços a empresas....
- E quais é que são as funções administrativas para as quais têm vagas?
- Isso só podemos dizer no momento da entrevista
-Desculpe, é que eu não quero ir para a entrevista às cegas, podia-me então só especificar que tipo de serviços é que prestam às empresas?
- Prestamos serviços a empresas numa variedade de sectores de negócio
- Não pode especificar um pouco mais?
- Só no momento da entrevista.
Obviamente que também temos os classificados do Expresso, mas aí e apesar de uma linguagem um pouco mais sofisticada e anúncios um pouco menos lacónicos as coisas não se transformam de sobremodo. Tirando o farmacêutico e o engenheiro civil ou químico ocasional, o que temos é comerciais, gestores de produto e gestores de recursos humanos (talvez uma e a mesma coisa, quem sabe) "com um ou dois anos de experiência na função, menos de 35 anos e ordenado compatível com a experiência". Sendo que é sempre necessária uma grande motivação e um grande sentido comercial. E depois temos os webdesigners, que devem ser o único grupo profissional com saída em Portugal, mas em regime freelance, como é evidente. A grande diferença dos classificados do Expresso para os do CM é que aqueles rtraduzem o posto de trabalho para inglês, o que rende mais estilo e dá um ar mais imponente à coisa.



    António Vicente

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