HotelLisboa

O porteiro do estabelecimento, Semion, acendera todas as lâmpadas das paredes e o lustre, assim como o candeeiro vermelho em cima da entrada. (Aleksandr Kuprin)




Jornal idiota


E-mail this post



Remember me (?)



All personal information that you provide here will be governed by the Privacy Policy of Blogger.com. More...




O mito da qualidade do jornalismo desportivo português, não é apenas um mito. Até meados da década de noventa, não obstante alguns desvios ocasionais, A Bola era, sem qualquer tipo de exagero, um jornal excelso. Divisão equilibrada entre futebol e as outras modalidades. Jornalistas não apenas conhecedores da modalidade sobre a qual dissertavam, conhecimento muitas vezes derivado da prática da mesma, mas que apresentavam uma sólida formação cultural e uma perícia para a escrita. Criativa, original, pessoal. Ainda iam longe os tempos das edições diárias e da necessidade de o relato do jogo estar pronto meia hora após o fim do mesmo, embora existissem alguns casos de "narração criativa". Mas o mais importante é que para além do acontecimento estar no centro da notícia, existia uma lógica de equilíbrio e neutralidade na notícia. Isso não implicava obviamente que todos os clubes e selecções tivessem a mesma atenção. Significava porém que o jornalista era um narrador tendencialmente imparcial. A recente vaga de jornalismo de cachecol, com o próprio Jorge Coroada a comentar a arbitragem dos jogos de Portugal de cachecol ao pescoço, esquece tudo isso ppara apostar na identificação cega de uma audiência com uma selecção. Hoje é a vez de O Jogo, jornal que se vem revelando sério na medida do possível, fazer uma primeira página chamando idiota a Ribéry. Certamente que se esqueceram do idiota do Maniche, que no fim do jogo com a Holanda nos dizia que foram "mais três pontos".



    António Vicente

Entradas anteriores

Arquivo

Blogues

Sí­tios


ATOM 0.3