HotelLisboa

O porteiro do estabelecimento, Semion, acendera todas as lâmpadas das paredes e o lustre, assim como o candeeiro vermelho em cima da entrada. (Aleksandr Kuprin)




O outro Buarque sobre o Brasil, mas sobre Portugal



"Sinuosa até na violência, negadora de virtudes sociais, contemporizadora e narcotizante de qualquer energia realmente produtiva, a «moral das senzalas» veio a imperar na administração, na economia e nas crenças religiosas dos homens do tempo. A própria criação do mundo teria sido entendida por eles como uma espécie de abandono, um languescimento de Deus."
"Outras ocupações reclamam agora igual eminência, ocupações nitidamente citadinas, como a actividade política, a burocracia, as profissões liberais. É bem compreensível que semelhantes ocupações venham a caber, em primeiro lugar, à gente princípal do país, toda ela constituída de lavradores e donos de engenho. E que, transportada de súbito para as cidades, essa gente carregue consigo a mentalidade, os proconceitos e, tanto quando possível, o teor de vida que tinham sido atributos específicos de sua primitiva condição. Não me parece relacionar a tal circunstância um traço constante de nossa vida social: a posição suprema que nela detêm, de ordinário, certas qualidades de imaginação e «inteligência», em prejuízo das manifestações do espírito prático ou positivo. O prestígio universal do «talento», com o timbre particular que recebe essa palavra nas regiões ... provém sem dúvida do maior decoro que parece conferir a qualquer indivíduo o simples exercício da inteligência, em contraste com as actividades que requerem algum esforço físico. O trabalho mental, que não suja as mãos e não fatiga o corpo, pode constituir, com efeito, ocupação em todos os sentidos digna dos antigos senhores de escravos e seus herdeiros. Não significa, forçosamente, neste caso, amor ao pensamento especulativo mas amor à frase sonora, ao verbo espôntaneo e abundante, à erudição ostentosa, à expressão rara. É que para bem corresponder ao papel que, mesmo sem o saber, lhe conferimos, inteligência há de ser ornamento e prenda, não instrumento de conhecimento e acção."
SBH, Raízes do Brasil, 1936


Brevemente num bordel perto de si


"A argumentação do treinador no momento do flash interview" vai ser a primeira série aqui da casa.
Até que ponto conseguirá o treinador manter a coerência argumentativa? Será que quando Caravalhal levar na pá depois de falhar dez golos de baliza aberta irá aceitar os argumentos contextuais do adversário? Será que Rogério Gonçalves conseguirá manter o argumento internalista quando levar cinco de alguém, apesar de ter meio plantel lesionado? Será que a culpa de todas as derrotas do Paços de Ferreira vai ser do árbitro? A não perder, num bordel perto de si!


Empate


Alguém disse por aí que um dos maiores catalizadores de motins futebolísticos é o empate. É a libertação, que tanto a vitória ou a derrota proporcionam, que o adepto busca. O empate, ou pelo menos a sua existência, não deixa porém de, se desculpam o pleonasmo, ser um resultado justo. Daí deriva aliás a superioridade moral do futebol sobre, por exemplo, todos os desportos que não contemplam a possibilidade do empate. É que na vida ao contrário do que sucede com as sitcoms as cenas não se resolvem invariavelmente ao fim de meia hora(apesar de um jogo de basebol, por exemplo, poder, teoricamente, nunca acabar.Isto tudo para falar no Naval- Braga de há um bocado.
Dependendo dos parâmetros de análise a serem utilizados qualquer um dos contendores tem razão. Para o Caravalhal o Braga mereceu o empate porque, apesar de avalanche de oportunidades da Naval, a sua equipa vinha de um jogo desgastante a meio da semana, teve de fazer três substituições forçadas devido a lesão dos jogadores e mais uma merdas. Para o Gonçalves o resultado foi injusto porque atendendo ao que se passou no relvado podia ter dado quatro ou cinco. Para nós, se considerarmos todos os condicionalismos que rodeiam um jogo a interpretação do Carvalhal é justa. Se por outro lado considerarmos que tudo isso não passa de uma desculpa e o que interessa são os noventa minutos a interpretação do Gonçalves é justa.


Kalifado




Califado





Existem aparentemente algumas pessoas que acreditam que Bush tem uma motivação religiosa para as suas acções. Isto é, o senhor é um crente no Senhor e, apesar dos interesses económicos em jogo, na sua agenda a componente religiosa desempenha um papel importante. Existe até algum pessoal de esquerda que papa estes grupos. Apesar de não podermos negar as crenças do senhor, o que está em causa são essencialmente as motivações da acção. Poderíamos então perguntar a estes crentes, porque motivo não vai Bush espalhar a fé para sítios que não tenham petróleo? Na mesma lógica, àqueles que acreditam que os muçulmanos querem implantar um novo Califado à força do terror poderiamos perguntar porque é que eles não começam a pregar as suas bombas em alvos mais vulneráveis e vão directamente ao Golias?






matador



Agora escolha




Joaquinzinho agora é que é


Ver o Jorge Coroado e o Manuel Fernandes no mesmo programa de televisão deve ser o maior pesadelo visual de qualquer cabeleireiro. Ainda assim, foi bonito ver o Manuel Fernandes dizer que os passes do Deco são como pinceladas do Picasso e que no outro dia viu seis jogos da liga inglesa de penalty sem ficar cansado e que quando foi jogar a Celtic Park levou 5. Ao lado do Manel estava o Secretário, ensalsichado dentro de uma camisa branca e de um blazer azul, espécie de uniforme do jogador cool mas que no Secretário não fica cool. O velho defesa direito do Porto, um pouco abananado com tanto teoria da bola debitada pelo Manel, o Luís e o Paulo, este sim, bastante cool, lá disse que o próximo clássico ia ser um bom jogo, ou então não, que o Porto tinha uma boa equipa e que o Sporting também e que estar vivo era o contrário de estar morto. Luisão, no outro dia, também não esteve mal. Disse à imprensa, com ar entendido, que a equipa tinha reflectido conjuntamente e o problema estava identificado: o problema não estava no ataque, não estava no meio-campo, nem estava na defesa. Sem mais. Deduz-se que a culpa é do Joaquim.



Estabelecimentos de ensino Manuel Bernardes e Mira Rio
Dois colégios privados de Lisboa lideram tabela das melhores médias nos exames


Uma leitura mais atenta da notícia permitirá ao leitor perceber que o número de alunos que cada escola levou a exame ou a divisão urbano/rural são factores esplicativos muito mais importantes nas notas médias de cada escola do que o eixo público/privado. Porém o Púbico foca a atenção no facto de dois colégios privados ocuparem os primeiros lugares do ranking, apesar de por vias tortuosas a notícia nos informar de que:

- Este ano há mais escolas públicas nos primeiros 20 lugares do ranking: oito (em 2005 eram cinco).

-Mas as diferenças que separam um e outro subsistema não são tão significativas quanto possa parecer numa primeira leitura. Basta ver que entre o Colégio Manuel Bernardes e a primeira escola secundária pública do ensino regular a aparecer no ranking – a secundária Aurélia de Sousa, no Porto, na 11.ª posição – há uma diferença de apenas 0,57 valores na média. Sendo que o colégio fez 194 exames na 1.ª fase nas oito disciplinas previamente seleccionadas pelo PÚBLICO e obteve a média mais alta – 13,56 valores. E a escola do Porto responde pelo desempenho dos alunos internos em mais do dobro das provas (445).

-Aliás, o número de estudantes que realizaram exame é um dos factores mais importantes para interpretar esta listagem das 587 secundárias de Portugal continental e ilhas, que nada mais leva em consideração do que as notas obtidas. No caso do Mira Rio, por exemplo, a escola exclusivamente frequentada por raparigas responde pelos resultados em apenas 26 provas de seis das disciplinas tidas em conta.

e por aí fora. O que nos leva a reflectirs obre as motivações que poderão estar subjacentes à escolha do título da notícia. Será ignorância? Má fé? Sensacionalismo? Provavelmente é mesmo só capaz de ser o Super-Homem...



Aqui ficam para os nossos estimados leitores as declarações de José Mota depois do Belenenses- Paços de Ferreira de hoje à noite:

«Tivemos algumas dificuldades no início, mas o Belenenses também apenas aproveitou os lances de bola parada para criar perigo. Depois, existe uma grande penalidade que não foi marcada quando nós estávamos a perder no primeiro tempo. A segunda parte foi inteiramente nossa, criámos oportunidades e tivemos sempre a bola, mas essa situação não se reflectiu em golos», realçou José Mota.


Joaquinzinho




Mas não se pense que estamos a reduzir o jogo à sua mera componente fisíca. E aqui chegados, ao cerne da questão, há que dizer que ontem a coisa correu mal porque em termos tácticos o Sporting esteve, se assim se pode dizer, uma bela merda. O golo do Bayern para além de já ter sido visto no Mundial já tinha sido visto no Estádio da Luz. O terceiro golo do Benfica, pelo Simão, no jogo dos 3-3, mais metro menos metro, foi igual ao do Schweinsteiger (deve ser isto, esperemos). Descaído apara a esquerda do ataque o extremo vai para o meio e o médio do Sporting, na altura o Sá Pinto, desta vez o Carlos Martins, deixa o gajo passar e abre-lhe os portões para a baliza.
O problema mais grave foi, apesar desta imbecilidade, a colocação do Nani no terreno. Desta vez no meio atrás dos pontas de lança, onde o gajo basicamente não vale muito porque está sempre rodeado de gente por todo o lado. Pior ainda é que o Bayern esteve o jogo todo sem ninguém do lado direito, onde o Sporting por sua vez só tinha o atrasado mental com um pé esquerdo Beckhamiano. Só uma beca depois de o Schweinsteiger (deve ser isto, esperemos) ter sido enviado para o balneário e da entrada do inenarrável Bueno (está para o futebol como a Fátima Campos Ferreira está para a inteligência)e já numa situação de desespero é que o Nani foi enviado para o lugar donde nunca devia sair, para mais numa equipa sem extremos.
Isto já para não dizer que o gajo no meio não defendia e também não obrigava a marcação muito apertada, o que obrigou o Moutinho a correr o triplo do que o que normalmente corre. E por isso é que o Carlos Martins teve que estar ali a olhar para os barquinhos enquanto o outro passava.
Resumindo: Eles correm mais, rematam melhor e são mais espertos.



Um dos debates clássicos da bola indígena é o famoso debate dos 30 metros. Durante muito anos foi senso comum de que o futebol português estava ao nível dos melhores da Europa, só lhe faltava alguma capacidade de concretização; alguma objectividade: o último passe e capacidade de finalização. Um relação menos lírica e mais funcional com o jogo. Melhor ou pior a coisa foi sendo resolvida. Desde a década de oitenta que o futebol português não se pode queixar de municiadores de primeira apanha. De Oliveira a Chalana, passando por Futre ou Rui Costa. Só para nos referirmos aos indígenas, esquecendo o Balakov ou o Valdo, por exemplo. Pontas de lança, melhor ou pior também foram aparecendo. O problema parecia resolvido até porque o relvado foi encurtando ao longo dos últimos trinta anos, com as linhas defensivas a subirem e as linhas ofensivas a descerem. Pontas de lança rápidos e médios com capacidade de passe a juntar a uns caceteiros no meio campo poderiam ter resolvido o problema. O problema é que ao mesmo tempo que o espaço diminuia o tempo aumentava. Isto é, a velocidade do jogo e os kms percorridos por jogador foram continuamente aumentando. A produtividade ou a carga de trabalho de cada jogador dentro de campo cresceu brutalmente. Dobras, coberturas, marcações duplas, posicionamentos híbridos e móveis. Não só o jogador tem que trabalhar mais como tem de, igualmente, entender melhor o que se passa em seu redor. O que obervamos nos jogos europeus é que qualquer equipa de segunda linha tem movimentos mais rotinizados, jogadas estudadas, tipo NBA, e andamento fisíco, apesar de jogarem consecutivamente três vezes por semana do que a malta cá do prédio. O Sporting ontem, apesar de todas as lacunas demonstratadas, até podia ter empatado o jogo. Bastava para tal que tivesse tido capacidade física para jogar noventa minutos. Mais ou menos a partir no minutos 71 quando o Caneira faz um cruzamento idiota para o gajo da Juventude Leonina ao segundo poste, ali para os lados do Topo Sul, que se tornou evidente que dali já não iamos levar nada. Por dali, entenda-se daquele jogo. Quando o corpo não tem andamento, a cabeça é que paga.



Ainda há um bocado, no fim do jogo do Braga, o Rui Águas dizia que o Braga teve azar. Com o Sporting ouviram-se queixumes semelhantes. No caso do Benfica não foi tanto assim, mas também foi um bocado, e com o Manchester foi muito. No Porto-CSKA a mesma merda. Isto para dizer que é muito raro uma equipa portuguesa perder sem ganhar moralmente. O argumento do Rui Águas para o Braga hoje pode ser considerado o argumento padrão. Um golo sofrido resultante de uma desconcentração, de um ressalto, de um azar, de um fritanço de um gajo qualquer que compromete o colectivo. Intervalo. A equipa recomeça bem e coloca o adversário sobre pressão. Precisamente neste momento e fruto de mais um lapso, um mamanço ou de má sorte o adversário mete o segundo em contra-ataque e a coisa segue a partir daí em tons mais ou menos festivaleiros. O problema deste argumento é que o Benfica, o Sporting, ou outra equipa portuguesa, qualquer uma que não seja treinada pelo Mourinho, quando se vê a ganhar por 1-0, conquistado invariavelmente com um intenso labor nunca vai aos três ou aos quatro com equipas de valor mais ou menos equivalente. Os jogadores das equipas adversárias, para cúmulo do azar, não fritam dos cornos com tanta facilidade, nem escorregam, não falham as marcações, nem nada.
O azar está para o futebol português nas competições europeias como o árbitro está para o Luis Campos, o Mário Reis, o Professor Neca, o José Mota ou o Couceiro no campeonato nacional. Têm equipas mais fracas, jogam à defesa e de forma mais ou menos cobarde, com tácticas mal amanhadas e com jogadores que não dão mais de sessenta minutos, mas foda-se... se o árbitro não tivesse marcado aquele fora de jogo ao Bolinhas a história do jogo podia ter sido diferente.


Já se acabou a naftalina? ou antigamente é que era


Abra-se um jornal da década anterior ao 25 de Abril e veja-se a página de espectáculos, cinema e teatro, para se perceber a diferença radical. No Porto, nos últimos 20 anos antes do 25 de Abril, o "povo" dispunha de espectáculos de teatro, quer "sério", quer de revista, com a vinda regular das companhias de teatro de Lisboa ao Rivoli e ao Sá da Bandeira. Mais raramente havia ópera, é certo que óperas mais "fáceis" como O Barbeiro de Sevilha, o Rigoletto ou a Cavalaria Rusticana, mas era ópera e os espectáculos conheciam enchentes. A maioria destas iniciativas era de empresários do teatro e a presença do Estado fazia-se sentir essencialmente através da FNAT e da Emissora Nacional que organizavam espectáculos populares e baratos. Havia um défice face a Lisboa, mas não era o deserto que hoje se pensa.

Pacheco Pereira, A " Rivolição" dos nossos dias, hoje, Púbico



A malta do utilitarismo e de um modo geral os liberais que temos cá na casa acham que o lucro é o móbil da acção, e que esta é sempre racionalmente conduzida rumo a esse fim. Do lucro económico, evidentemente. Alguém me explica então porque é que o Púbico e o DN continuam nas bancas? O Público, por exemplo, exemplo de iniciativa privada e jornalismo de qualidade reconhecida nunca sequer devia ter aberto, ou então já devia ter fechado há muito, dado que não deve ter dado lucros um único dia, nem irá dar nos próximos tempos. A permanência do Púbico no mercado é culpa é PREC? Ou será do Estado monstruoso que temos?





Será que ninguém na defesa do Sporting viu o Portugal-Alemnha do Mundial? Ou será que padecem de dificuldades cognitivas?



... assim não vale a pena viver!


Na hora da caminha



José Sócrates, informa-nos hoje, através dos meios de comunicação social, que não tem medo de manifestações. É mais do que natural, as manifestações não existem para meter medo a ninguém, pelo menos a maior parte delas. Elas geralmente servem para reivindicar qualquer coisa ou para reabrir processos negociais paralisados. O que já não é tão natural é o discurso anti-democrático subjacente a esta representação do mundo. Esquecemo-nos com alguma facilidade do significado do uso recorrente de expressões como "medidas impopulares", ou de um "governo corajoso" por exemplo. O que o seu uso nos indicia é que os detentores dos cargos políticos podem fazer o que bem entendem sem nenhum tipo de respeito pelos que neles votaram. Pelo contrário, ainda se podem dar ao luxo de chamar irresponsável e ignorante ao eleitorado que, tal como a opinião pública, nós sabemos muito bem que não existe. A ideia de soberania popular esvai-se com toda a facilidade fora dos períodos eleitorais. Outro exemplo deste tipo de actuação é-nos oferecido, com alguma frequência aliás, pelo executivo de Rui Rio. Desta vez, a Câmara do Porto para além de ter apresentado uma queixa contra os ocupantes do Rivoli, com toda a legitimidade da Lei, resolveu também, para acelerar o processo, colocar o ar condicionado no máximo do frio, trancá-los e impedir qualquer tipo de abastecimento de víveres aos manifestantes.



Apesar desta manifestação de regozijo alarve, há que reconhecer que o Benfica ontem até poderia ter saído de Glasgow com outro resultado, pelas oportunidades que criou na primeira parte. Porém, tal não sucedeu...


Quem diz é quem é


O Púbico tem a irritante mania de chamar populista a toda a gente de quem o José Manel Fernandes não gosta. A posta anterior pode ser exemplificativa das tendências populistas que se fazem sentir no Púbico. Agora o que eu gostava mesmo de saber é com que critério é que se chama populista ao Obrador, do México, ao Chavez na Venezuela, ou de um modo geral a qualquer gajo de esquerda que corra o risco de ganhar uma eleições num país do terceiro mundo?
Até podemos acreditar que os tipos sejam populistas, mas para isso acontecer era preciso que o Púbico e o Zé me explicassem como é que o são e o que é que o conceito significa para os seus jornalistas.



Já que é de JPP que falamos faz sentido dizer qualqur coisa sobre a edição do Púbico de hoje, adiantando-nos assim ao estimável cronista. O Orçamento de Estado teve direito a um suplemento especial. Nada contra. Assim em destaque de duas páginas surge a possibilidade de Hilário ser titular no jogo de amanhã entre Chelsea e Barcelona. Podemos acompanhar a carreira do jogador, ficamos a saber que se tornou vegetariano porque engordava com facilidade e recapitulamos os eventos do último jogo de Chelsea que provocaram a lesão aos dois guarda-redes principais da equipa. Um pouco mais à frente e sem motivo nem relação aparente, na antevisão do Porto- Hamburgo, de mais logo, um inusitado artigo sobre Bhoularuz, o central do Hamburgo que esta época se transferiu para o Chelsea e que massacrou o Ronaldo no Portugal- Holanda do Mundial. Jornalismo de qualidade... é no Púbico.


Alguém reparou



que o josé Pacheco Pereira não faz parte da lista dos grandes portugueses? Está bem que estão lá dois familiares, mas falta o Zé!Uma vergonha.


O Meu Candidato




Este fim-de-semana meteu uma rara ida À Discoteca. Atenção, não a uma discoteca qualquer, mas, repetimos, À Discoteca. Entre considerações diversas que poderiam ser feitas sobre a incursão existe uma evidência que evidentemente sobressai. Demora-se uma infinidade em qualquer um dos bares do estabelecimento, dado que os empregados se encontram num patamar a que nós comuns mortais não podemos aspirar, e portanto só fazem uma coisa de cada vez, ou melhor, só atendem um cliente de cada vez, mas com calma e à velocidade que mais lhes convém. Qualquer pessoa que já tenha frequentado qualquer outro estabelecimento de diversão nocturna pode facilmente desenvolver um estudo comprativo sobre ritmos de trabalho e presunção dos funcionários de cada um dos estabelecimentos analisados, e poderá aí constatar a absoluta superioridade destes de que falamos. O pior é que a selecta clientela conforma-se com o facto, já que qualquer atitude de matriz mais interveinete na busca de um néctar se vira imediatamente contra o sedento futuro dançarino, que então não tem outra solução se não aguardar pacientemente pela sua vez, peranto o desprezo dos funcionários da casa. Claro que quando a loja fecha todo este manto de civilidade se esvai e podmos então observar como os sofisticados aguardantes se tornam nas mais perigosas feras incapazes de se organizarem numa fila para o táxi. De volta ao mundo real,impera a lei da selva.








Batido


Gostamos de insistir na mesma tecla e por isso recuperamos um tema que já aqui foi batido, por mais do que uma vez. Na última semana tivemos dois incidentes de tiroteio com bófias, os chamados trigger happy cops, em arménio. Independentemente da necessidade de uso de armas de fogo, que parece ser pelo menos discutível, os inquéritos subsequentes parecem estar condenados ao mesmo fim a que todos os inquéritos relativos a busos de autoridade e agressões policiais. Ainda esta semana o Púbico, salvo erro, reportou o modo como um argelino, preso em Portugal, suspeito de ligações terroristas foi "acedido" pelo FBI para depois ser deportado, às quatro e meia da manhã, sem uma ordem do tribunal e quando a sua advogada havia interposto um recurso da sentença. Tudo isto é chato mas mais chato ainda é o facto de, voltamos a insistir, estes eventos não interessarem de sobremodo à nossa venerável esquerda, apesar de estes casos configurarem em primeiro lugar um desrespeito básico pela legalidade e pelos direitos dos cidadãos pelas próprias forças encarregues de defender esses direitos e por outro de um modo geral serem reveladores de um certo racismo de classe nas preocupações das nossas polícias. Porque é que nenhum Mello, por exemplo, nunca fica com uma bala alojada na coluna como resultado de uma perseguição policial?




O DN de hoje informa-nos que o Limbo acabou. Portanto, da próxima vez que alguém vos disser que está no limbo ou num limbo, já sabem, não acreditem e expliquem à pessoa que o Limbo já acabou e que vai ter de encontrar outro estado onde se encontrar. Esta medida da Igreja não deixa, porém, de suscitar alguns receios. O que se segue? O fim do Mambo? Ou talvez do Jambo?


E por falar nisso...


O Hi5 é uma beca secante. Mas felizmente o Hi5Porcas é a prova de que há sempre qualquer coisa boa que pode nascer de algo mau. De que nem tudo está perdido na pátria. Ainda há esperança, apesar de ser evidente um certo racismo de classe neste valioso sitío. Ficamos à espera de bardajonas mais upper class, que também as haverá certamente.



Mas mesmo assim vamos elaborar sobre o assunto. Os jornais do dia informam-nos que a Vaca Gloriosa (sim ela existe, não é gozo nem o simples reflexo de um suposto e muito alardeado ressabiamento leonino) foi vendida por sete mil euros. Trata-se da vaca que representa o Benfica no Cowparade. Será mero acaso o SLB ser o único clube nacional representado no certame?Para quando um patrocínio da Mimosa nas gloriosas camisolas, para institucionalizar o que já todos há muito sabemos?



    António Vicente

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